A EMPRESA, A MOTIVAÇÃO E OS DOS BRASIS
Escrito por Luiz Marins
O sociólogo francês Jacques Lambert publicou na década de 1950 o clássico livro “Os dois Brasis”, onde mostrava a existência de um Brasil de muita pobreza convivendo com um outro Brasil de opulência, modernidade e avanço. Anos depois, um economista usou a expressão “Belíndia”, para denominar o Brasil como um misto de Bélgica, desenvolvida, e Índia com sua pobreza, ainda maior àquela época.
Hoje, ao assistirmos as revelações da Operação Lava Jato, e o tamanho dos problemas e da corrupção que têm assolado o nosso País, nos vem à mente novamente a existência de dois Brasis: o dos políticos corruptos e dos empresários corruptores; dos desonestos e mentirosos; dos que se aproveitam da boa fé do povo e um outro Brasil: o das pessoas que trabalham para manter seus empregos e suas famílias; que pagam impostos elevados e muitas vezes injustos; que acordam cedo; que sofrem com a violência de todos os tipos e tudo o mais que têm que enfrentar todos os dias de forma calada e anônima; enfim, um País de pessoas honestas e responsáveis que constroem com muito suor a riqueza desta Nação — o “nosso” Brasil.
Como nos motivar e motivar nossos colaboradores numa realidade como esta?
A verdade é que por mais difícil e desmotivadora que seja a realidade, não podemos jogar a toalha, desistir da luta. Se somos o Brasil responsável temos o dever de continuar a responder pelo Brasil que vale a pena. Agora, mais do que nunca, temos que nos unir— os honestos, os que não fazem parte de falcatruas, os que realmente trabalham, enfim, a grande maioria do povo brasileiro — para que o Brasil não pare, não se deixe vencer por uma minoria desonesta e corrupta.
Na empresa, temos que melhorar ainda mais a produtividade e a qualidade; cuidar ainda melhor do atendimento aos clientes; ter um relacionamento honesto com fornecedores. Temos que trabalhar mais que nunca para que este “nosso” Brasil, que é maioria, vença o outro Brasil contra o qual temos que lutar, civilizadamente, com as armas poderosas da honestidade, do comprometimento e da construção de valores éticos e morais cada vez mais elevados.
Se nos desmotivarmos e desistirmos estaremos dando a vitória aos que jamais deverão vencer. Se nos desmotivarmos seremos nós os maiores perdedores. Justamente agora, a nossa motivação deve ser a de mostrar a todos e a nós mesmos que somos um povo forte e capaz de construir um só País, aquele que queremos e sempre merecemos — o “nosso” Brasil!
Não desista! Não se deixe desmotivar!
Pense nisso. Sucesso!