Escrito por Luiz Marins
Falar é fácil. Fazer é que são elas… diz o ditado popular. As palavras saem com muita facilidade de nossa boca. Agir é sempre mais difícil. E quando notamos, estamos falando coisas que não fazemos; criticando coisas que igualmente fazemos; apontando o dedo para os erros alheios sem enxergar os que cometemos. A coerência entre o discurso e a prática, entre o que falamos e fazemos é um dos maiores desafios a todos nós – e a nossa credibilidade depende dessa coerência.
Essa incoerência não ocorre apenas nos níveis mais elevados da hierarquia como sempre imaginamos. Sempre criticamos pessoas corruptas, mas será que temos consciência de que somos corruptos ativos ao oferecer uma gorjeta ou propina para ganhar uma vantagem ilícita, como nos livrar de uma multa por excesso de velocidade? E aqui vale o mesmo exemplo: sempre criticamos pessoas que não obedecem o limite de velocidade nas estradas. E nós? Repare que, quando estamos sem pressa e alguém nos ultrapassa o chamamos de louco. Quando estamos apressados e encontramos alguém sem pressa em nossa frente, o chamamos de lesma.
Outro dia vi uma pessoa reclamando do preço alto dos produtos que comprava. Meia hora depois, sem perceber, ela estava me dizendo que iria aumentar o preço do produto que vende por achar que havia espaço para esse aumento, embora seu lucro já fosse razoável. Da mesma forma, vi um grupo de pessoas chamando alguém de fofoqueira. Mas elas próprias não estavam fazendo fofoca sobre essa fofoqueira?
A verdade é que antes de criticar, falar mal, dar lições de moral, etc. temos que analisar nosso próprio comportamento. Como somos? Como agimos? Talvez nunca consigamos ser 100% coerentes, mas temos que prestar atenção para não cairmos no ridículo de falar uma coisa e fazer outra completamente oposta ao que falamos.
Pense nisso. Sucesso!