Escrito por Luiz Marins
Será que o que você está fazendo é o que você deveria estar fazendo?
Conheço pessoas extremamente ativas. “Mato um leão por dia” me disse um gerente orgulhoso de seu ativismo. Outro me disse: “dou o sangue pela minha empresa”. Será que as empresas dessas pessoas são de caçar leões ou são bancos de sangue ou mesmo vampiras que exigem caçadas de leões e doações de sangue? Será que essas pessoas não caíram num ativismo inconsequente? Será que essas pessoas fazem o que deveriam fazer, ou fazem apenas poeira, estardalhaço, distribuindo estresse e mau humor em seus ambientes?
É óbvio que ser uma pessoa ativa, decidida, empreendedora é sempre desejável. Mas não podemos confundir pessoas ativas com pessoas ativistas, que vivem em atividade frenética e como mulas sem cabeça não pensam, não planejam, não hierarquizam suas prioridades de forma a fazerem o que deve ser feito e não apenas se mostram ativas como se isso representasse algum valor em si. Não basta ser ativo. É preciso ser produtivo.
Conheço pessoas que se gabam de nunca ter tirado férias. Chegam muito cedo ao trabalho e são os últimos a deixar a empresa. Será que essas pessoas têm uma vida familiar equilibrada? Será que têm capacidade mental para decidir com tranquilidade e equilíbrio? Será que sabem da importância do relaxamento e da meditação para a criatividade e a inovação? Será que essas pessoas estão dando o melhor de sua inteligência e de sua vontade para a construção do futuro da empresa, da satisfação dos clientes, do bem estar e do desenvolvimento da sociedade em que vivem? Não serão apenas ativas e pouco produtivas?
Temos que nos reeducar para que voltemos a pensar, cismar e questionar se o que estamos fazendo é realmente o que deveríamos estar fazendo. Temos que desenvolver uma enorme disciplina para parar. Temos que aprender a parar, nem que seja por alguns instantes. Parar para pensar. Parar para colocar as coisas nos devidos lugares em nossa mente atribulada por tanta informação e apelos emocionais desconectados de qualquer sentido racional. Temos que desenvolver a disciplina, para que o que comande nossos atos seja a inteligência e não o tempo, as emoções ou os apelos da mídia.
Será que tudo isso que você está fazendo, com tanta urgência e desespero é o que você deveria estar fazendo?
Pense nisso. Sucesso!