Escrito por Luiz Marins
Um dos mais interessantes livros que li foi o de Simon Sinek – “Leaders eat last” (Líderes comem por último). Bacharel em Antropologia Cultural pela Brandeis University, EUA, o autor é fascinado pelos aspectos antropológicos da liderança. No livro ele aborda as raízes evolucionistas da liderança e faz uma interessante relação com o mundo empresarial.
O título do livro foi inspirado numa conversa que o autor teve com um general do corpo de fuzileiros navais da marinha norte-americana, que lhe disse: “aqui os oficiais comem por último”.
Na verdade, os fuzileiros jovens comem sempre em primeiro lugar, enquanto os oficiais seniores aguardam a sua vez no final da fila para a refeição. Ou, como sublinha o autor, “os grandes líderes sacrificam o seu próprio bem-estar pelo bem-estar daqueles que estão ao seu cuidado”.
Em síntese o que ele afirma, com base na análise de dezenas de empresas e organizações de sucesso, é que o verdadeiro líder é alguém que coloca os interesses dos outros (seus liderados) à frente dos seus próprios interesses. Ele faz as pessoas se sentirem seguras e afirma que “quando nos sentimos seguros no meio dos nossos semelhantes, existe uma predisposição muito maior para redirecionar a nossa energia no sentido de nos protegermos a nós próprios e nossos interesses coletivos”. A realidade, afirma o autor, é que aquele tipo de liderança autocrática, impositiva, individualista, isolada que formava a imagem dos grandes líderes no passado, simplesmente não funciona mais.
O verdadeiro líder de hoje é aquele que participa, acompanha, ajuda, se faz presente, protege e dá segurança ao grupo. Ele não fica no seu gabinete dando ordens. Ele vai onde as pessoas estão e entende as dificuldades concretas do trabalho e das tarefas. Ele, de fato, e não apenas em palavras, é disposto a correr riscos para proteger seus liderados nas situações mais difíceis. Com isso ele forma uma equipe segura, confiante e disposta também a dar tudo de si para o sucesso da empresa ou de uma missão. As pessoas hoje querem trabalhar em rede, em grupos, trocando ideias e experiências. Elas querem se sentir seguras e para isso precisam de líderes que as protejam, da mesma forma como no mundo primitivo o líder oferecia segurança à tribo, hoje, as pessoas querem um líder em quem possam confiar totalmente.
Pense nisso. Sucesso!