QUEM VIGIA O VIGIA?
Escrito por Luiz Marins
Quis custodiet ipsos custodes?
Esta é uma frase em latim encontrada na obra do poeta romano Juvenal em suas Sátiras (Sátira VI, linhas 346-348). É traduzida literalmente como “Quem vigiará os próprios guardas?”. Essa frase tem variantes como “Quem vigia os vigilantes?” “Quem vigia os vigias?” ou ainda “Quem controlará os que nos controlam?”
A frase é hoje muito lembrada para se referir ao problema de controlar as ações de pessoas em posições de poder, governos tirânicos, ditaduras incontrolavelmente opressivas e à corrupção policial ou judicial, uma questão já discutida por Sócrates e Platão. Glauco, um dos interlocutores de Sócrates na República, chega a dizer que “seria absurdo um guardião precisar de um guarda.”
Essa questão da responsabilidade do poder político, remonta, inclusive, a diferentes passagens do Antigo e do Novo Testamento e hoje, com o que estamos vendo acontecer com as autoridades políticas na Pandemia, volta a ser foco de discussão.
Arvorando-se a si mesmos um poder que nem a Constituição, nem a Lei lhes outorgou, juízes, governadores e prefeitos infligem à população todos os tipos de arbitrariedades, mandando e desmandando a seu bel discernimento e prazer em nome de nada, muitas vezes travestido de “ciência”.
E nós, o povo, vítimas dos que deveriam vigiar pela nossa liberdade, ficamos sem saber sequer o que pensar, menos ainda como reagir, pois quem deveria vigiar os vigilantes são tão arbitrários como aqueles a quem deveriam vigiar. Só nos resta a pergunta feita por Sócrates e Platão e já antes discutida nos livros sagrados: Quem vigiará os vigias?
Pense nisso. Sucesso!