Ele era alto e chamava-se Walter Taube- diz Alfredo Santos Sousa, lembrando-se daquele momento de sua juventude conversamos sobre barcos, ele falava mal português. Nossa amizade cresceu e combinamos fazer um barco, que desenhamos, para construir em sociedade.
Tinha um amigo, Hermano Porto Fernandes, do Banco Alemão, que passou a fazer parte do nosso projeto.
A pensão tinha um chalezinho de dois andares, ao lado dela. Em cima dois quartos. Em baixo, uma sala. Foi ai, que os três começaram a desenhar o barco. Taube tinha bastante conhecimento para isso e eu apenas um pouco , conta Alfredinho, modesto. O que nenhum dos dois tinha era dinheiro para a construção do veleiro. Decidiram, então, um menor, de lona, enquanto não obtinham recursos para o outro.
Nenhum dos três imaginavam que essa decisão iria ser o detonador de um processo que acabaria com a fundação do Yacht Clube da Bahia. Em primeiro lugar, por que aquela era uma pensão de estrangeiros, e dois deles estariam no quarteto que promoveu as condições daquela fundação.
Um deles era o próprio Taube e o outro, Jean Charles Henry Fischer, um dos hóspedes que, após o jantar, todas as noites, ia ver a construção do pequeno veleiro que teria uns cinco metros de comprimento.
Pronto o barco, este foi para a água, ali no Porto da Barra. Programou-se então, a viagem inaugural, para Itaparica. Alfredo Santos Souza tinha casa lá, de modo que viajou antes, de navio, para receber os dois outro Walter e Hermano, que tripularam o barco na ida, enquanto ele o tripularia na volta. Foi então, após o regresso, que o pessoal se reuniu e decidiu fazer um clube.
Um clube para fazer barcos, essa era a proposta, com uma sede apropriada, centrada num estaleiro. A idéia desta sede foi de Walter Taube e seria, ela, apenas um lugar para construir barcos, guardar barcos e fazer reuniões sociais. Encontrá-la, seria o primeiro passo. Teria de estar evidentemente, á beira-mar, em águas abrigadas, na Baía de Todos os Santos, portanto.
Foi feito uma abordagem às pessoas que notoriamente já lidavam com embarcações e se vinculariam a um projeto como aquele. Walter Taube e o holandês Jean Charles Henry Fischer eram os mais entusiasmados. Fischer era holandês. A eles, juntaram-se Theodoro Selling Júnior e Alexandre Robatto (filho), brasileiro, ambos filhos de desportistas náuticos. Esses quatro lançaram-se de proa numa missão que parecia impossível e se apresentava como um sonho.
Naquele ano de 1935, exatamente a 26 de abril, Jean Charles Henry Fischer, Theodoro Selling Júnior, Alexandre Robatto Filho e Walter Taube decidiram, em comissão, visitar os Sr. A.Pereira & Cia, obtendo uma opção de compra de parte dos imóveis pertencentes á antiga Fabrica Victória, lugar o mais indicado para instalação do clube.A opção teve prazo de 30 dias para a compra, por cinqüenta contos de reis e foi assinada por Alberto Alves Pereira e Alfredo Joaquim de Carvalho, sendo anexada uma planta.
A fábrica Victória era uma fábrica de xales, situada á Ladeira da Barra, nº 472, incluindo as marinhas das mesma e o plano inclinado elétrico com todos os seus pertences. A venda não incluía a casa na encosta do morro, Com essa opção, pretendia-se fundar o clube a partir de um conjunto predial já existente, embora abandonado.
Em 4 de maio de 1935, aquele grupo dos quatro reuniam-se com outros quatro interassados reuniam-se com outros quatro interassados (Olivero Henry Leonardos Carl Aune, Mario Sá e José da Costa Dórea) para tomar importantes decisões.
De posse da opção de compra,prentendia-se angariar subscrições para o clube, que teriam sócios acionistas e contribuintes, fixando-se o preço das oções em 500.000 réis (um porcento do que o clube precisava para honra a opção de compra), a jóia em 50,000 réis e a mensalidade em 15.000 réis . Foi idéia de Alexandre Robatto Filho solicitar a sede do Clube Bahiano de Tênnis para realização das sessões preparatórias de Fisherm.
No dia 10 de maio fazia-se uma primeira sessão preparatória da Assembléia Geral da fundação do YCB, no Bahiano de Tênnis, para realização das sessões preparatórias de Fisherm.
No dia 10 de maio, fazia-se uma primeira sessão preparatório da Assembléia Geral de fundação do YCB, Bahiano de Tênnis aberta pelo Cmte. Tancredo Tillemont Fontes, Capitão dos Portos especialmente convidado para presidi-la. Alexandre Robatto Filho explicou o motivo da reunião aos presentes e secretariou-a . O Bel. Eduardo Prisco Paraíso compareceu, representanto o Prefeito da Capital. Por proposta de Jean Fisher, foram constituídas as comissões técnicas (W.Taube/T.SellingJr./Ed.F.T. Browne), orçamentário (Carl Aune/ Fedrerico Espinheira de Sá / Jacks Wickes) e escriturária (A. Robatto (filho)/ Oscar Luz/ Olivero H. Leonardo/ Mário Espinheira de Sá).
Em 14 de maio, no escritório de Theodoro Selling Júnior, resolveu-se solicitar a prorrogação da opção por 60 dias, por impossibilidade de atender as formalidades legais no prazo concedido . Foram, então, aprovadas as primeiras propostas de sócios. Cinco dias depois, em 19 de maio, na Fábrica Victória, foi aprovado o orçamento aprensentado pelo engenheiro Francisco Theodoro Pereira das Neves para obras necessárias:reparo da entrada e do ascensor, montagem do estaleiro, limpeza e preparo geral, móveis.
Tudo preparado chegou o grande dia da fundação: 23 de maio de 1935. Um anuncio publicado no jornal A tarde, dizia YACHT CLUBE DA BAHIA EM FUNDAÇÃO de ordem do Sr. Presidente da Comissão Organizadora tenho o prazer de convidar os senhores interessados e principalmente aqueles que já assinaram nossa lista de compromisso, para uma reunião geral que será realizada na sede do CLUBE BAHIANO DE TÊNNIS, hoje 23, quinta-feira, ás 20h30 A. Robatto Filho.
A sede do Bahiano de Tênnis iluminou-se para receber os que foram fundar, nela, o co-irmão Yacht Clube da Bahia. As primeiras palavras, na reunião de assembléia Geral, foram pronunciadas por Jean Fischer.
Mesmo ainda não fundado o clube, os que subscreveram um compromisso de associar-se, contribuíram financeiramente para totalizar os vinte contos de réis necessários á satisfação do sinal da compra. A assembléia elegel, então, uma diretoria provisória . Em 19 de julho de 1935, Alexandre Robatto Filho leu o projeto do estatuto do clube, esta era comemorada com o lançamento de uma revista Yacht.
Enquanto cresceu e transformou-se, o Yacht ofereceu instalações para o lazer, o esporte e a convivência dos associados; participou de eventos e competições locais, nacionais e internacionais; promoveu festas que marcaram a vida social baiana; recebeu visitantes dos mais variados lugares do mundo; zelou pela moral e os bons costumes e estimulou a camaradagem e a lealdade nos esportes; e finalmente, profissionalizou-se para oferecer aos associados e visitantes, os melhores serviços e as melhores instalações.
Dentro das comemorações dos 75 anos do Yacht Clube da Bahia, o clube promoveu uma palestra com o Prof.Marins no dia 14 de maio de 2010. Na ocasião o Prof.Marins discorreu sobre o Brasil e suas oportunidades, com foco no mercado da Bahia.
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